terça-feira, abril 25, 2006

 Posted by Picasa
VINTE E CINCO ALVORADAS



Vinte e cinco alvoradas
Passadas do mês fecundo,
Outras tantas badaladas
Que nos abriram ao mundo.

Vinte e cinco esperanças,
Vezes mil ou talvez mais,
Foram outras tantas lanchas
Que largaram do seu cais.

Vinte e cinco mil grilhetas
Por um sonho se quebraram.
Vinte e cinco mil estafetas
Por um sonho se esfalfaram.

Vinte e cinco mil promessas
Vezes mil ou talvez mais,
Viraram o mundo às avessas,
Mudaram do tempo os sinais.

Vinte e cinco anos se foram
E ainda um pouco mais,
Mil promessas se apagaram
Ou talvez bastante mais.

Vinte e cinco mil vilões,
Ou um pouco mais talvez,
Querem repor os grilhões,
Apagar o sonho de vez.


Cada qual um guardião
Do sonho que Abril gerou
Férreo, não largue mão,
Do que Abril nos legou.

Palavra do Monge

terça-feira, abril 04, 2006

OPA!


Opa, opa e mais opa! Eh lá... Desta vez o Monge ultrapassou os limites. Começar um enunciado com uma praga não são modos de uma pessoa com o seu estatuto, nem um exemplo para os parcos leitores. Mas reconsideremos. O Ti Belmiro também está a extrasavar os seus limites. Diria mais, extravasa as suas competências e imiscui os seus considerados doutos saberes em áreas de que não percebe patavina. Melhor dizendo, meteu o seu valioso nariz onde não era chamado. Pasmado, o Monge diria que sofre do síndroma AVC (Aquisição Verdadeiramente Catastrófica) - para o país, claro, para a PT em particular e para os trabalhadores da PT , ainda mais particularmente. Pois a referida personalidade atreveu-se a criticar o sistema educativo em termos menos elogiosos. Como está na moda, aliás. Vá lá! Que um comum cidadão, menos imune aos assaltos insidiosos dos media, profira tais insinuações, ainda se aceita, embora tal não o isente de uma proporcional e exemplar penitência. Agora o Ti Belmiro, uma das personalidades ilustres, um conselheiro muito requisitado de governantes e similares, devia mostrar mais contenção. Que percebe ele do estado da Educação? Tanto como a correspondente ministra? Talvez menos, o que, tendo em conta o termo de comparação, é menos que nada. Mas o Monge percebe. Percebe que aquilo que o Ti Belmiro quer são trabalhadores adestrados e amestrados. Devem ser móveis, polivalentes e aceitar a precaridade sem recalcitrar. Nada de espírito crítico, que isso só estorva. Os chefes que pensem e julguem. Os trabalhadores não foram feitos para isso. Nada de solidariedade, que isso contende fragorosamente com a ambiência competitiva instalada. Nada de valores, que isso é um mito pouco conveniente. A não ser que sejam os valores perfilhados pelo ilustre dito. O Monge pasma... e cisma. Então andou-se tanto tempo a apostar na educação para os valores, na sua contribuição para uma sociedade mais justa, mais equitativa, mais fraterna e mais solidária. Tanto tempo a apostar no homem com espírito crítico, dotado de autonomia de pensamento, de julgamento e de acção. Tanto tempo a apostar em cidadãos intervenientes e responsáveis. Opa, opa e mais opa! Perdoem-me a praga. Mas o Monge penitenciar-se-á na devida proporção, o que quer dizer... nada. Palavra do Monge