terça-feira, maio 30, 2006

DESPUDOR, DESONESTIDADE, MANIPULAÇÃO E UMA GRANDE LATA!
A incompetência é uma espécie de arma de destruição massiva. Quando ela provém de um governante é um crime. Quando a incompetência se alia à prepotência é um crime de lesa liberdade. Quando a incompetência se alia à prepotência e à manipulação intencional e inescrupulosa é um crime contra a sociedade.
O Monge assume-se como acusador. A ré, é sem sombras de dúvidas e sem sombras na consciência do magistrado, a Ministra da Educação.
A dita senhora acaba de caluniar infamemente uma classe profissional que, apesar das sucessivas incompetências dos sucessivos governos, tem sustentado de forma honrosa mas sofrida todo um sistema educativo público: os professores.
Profere mentiras com laivos de querubim. Cúmplice de uma sanha vingativa contra a sacralidade do Estado nos seus objectivos de pugnar por uma sociedade mais justa, assaca responsabilidades a quem não as pode ter. E sacode com tiques de grande senhora as mascarras da mais profunda ignorância.
Porventura, quem vem protegendo com progressivo descaro o ensino privado? Quem vem sonegando a autonomia às escolas públicas? Quem vem introduzindo a rigidez burocrática nos actos, relações e processos do sistema educativo. O Chalana? O Castelo Branco? Não, sucessivos ministérios da mais profunda e insana incompetência, incluindo esta cereja em cima do bolo que constitui o da dita senhora ministra.
Argumenta-se que as individualidades, aburguesadas através de não sei que estranhas manigâncias, optam por escolas privadas, bem equipadas, com disciplina q.b., com crivo de exclusão à entrada. Pudera, essa opção foi-lhes dada de bandeja. A princípio dissimuladamente, depois às claras, desavergonhadamente.
Pois o Monge alvitra, contra acções de excepção, reacções de excepção. E com resultados garantidos. Acabe-se já com o ensino privado, coito dos privilegiados da fortuna, espelho exemplar de uma desigualdade escandalosa de oportunidades. Os resultados vêm-nos de leste. Ensino público, investimento maciço, qualificações à altura para todos, sem segregação. Abaixo os nichos elitistas, geradores da mais avassaladora exclusão.
Pois o Monge alvitra, contra decisões impensadas emanescentes do MIN (Governo dos Mercenários Infiltrados Neoliberais) uma cota de responsabilização proporcional, avaliada a partir de uma auditoria externa, credível e imparcial. Exclui-se da sua constituição, obviamente, uma assembleia da republica na sua maioria subserviente, amorfa e comprometida e um presidente da república, que vai falar de inclusão social aos chaparros do Pulo do Lobo.
O Monge anexa ainda uma moção do mais completo desprezo por comentaristas que vendem palavras de circunstância a pedido e a peso, em ouro. Não se surpreende, pois, com a obesidade crescente que deles se vai apoderando. Afinal, sempre é o seu trabalho. É um novo tropismo: o da engorda compulsiva.
Quanto à ministra, submetida a julgado e à revelia, que seja colocada, com os seus apaniguados, para lá da fronteira e num exílio perpétuo. Com urgência. A bem da Nação. Palavra do Monge.

segunda-feira, maio 15, 2006

LEILÃO XXI
É entrar, é entrar, irmãos! Chegámos ao grande leilão do consumismo. Consumam à velocidade do TGV. Consumam desenfreadamente, pois uma vida é um arroto, um suspiro, um ai que já lá vai. Consumam compulsivamente, pois a vida é um jogo e também o seu peão. Ponham a vossa vida em questão pela quantia simbólica de um cêntimo. Coloquem a vossa vida à cintura, mascarada de um dúzia de granadas e vinte vidas inocentes. Já lá vão 20 e mais uma.
Consumam riscos, perigos, emoções. Consumam almas, intelectos, corações. Consumam rápida e efemeramente. Consumam namorados, amigos, maridos, relações. Consumam razões e paixões.
É entrar, é entrar, irmãos! Sejam benvindos ao grande leilão do nosso tempo. Consumam ideias e ideais, ideologias e outras que tais. Consumam políticos e políticas à velocidade do TGV. Não pensem, ajam. Não argumentem, joguem. Pensar é pecado, pensar é letal, jogar é legal. Consumam comentários, mastiguem jornais, vomitem sem pejo, desavergonhadamente, as ideias dos tais.
Este leilão tem a voracidade de um inferno à desfilada. É entrar, é entrar, irmãos! Dispam-se de escrúpulos e da vossa consciência. Mastiguem a ausência de consciência dos tais. E vomitem, vomitem, pois a vida é uma procela, um tufão, um furacão. Consumam o travo amargo, mas intenso, da montanha russa. E vomitem.
Consumam telenovelas, documentários, telemóveis. Consumam tatuagens, conversas encriptadas, padronizadas, cruas e nuas. Consumam toques, mensagens e promoções. Consumam, irmãos, consumam... E depois parem para pensar. Afinal, ainda têm os 65 anos à vossa frente.

Palavra do Monge