sábado, janeiro 27, 2007
domingo, janeiro 21, 2007
quarta-feira, janeiro 03, 2007
Era uma vez um país pequenino, voltado de costas para a Europa, pois sempre esteve de costas voltadas para Espanha. Era um país encarcerado, periférico, esquecido. Até que, num golpe de asa, aspirando a melhor sorte, abriu sendas no mar. E foi grande sem saber sê-lo. E quis continuar grande, mesmo enquanto aguardava, estaticamente, por um Messias sebastiânico, vindo da bruma.
Mais tarde houve quem lhe chamasse, vamos lá saber porquê, uma República das Bananas. E em República das Bananas estávamos quando um soberano ministro transformou aquele país pequenino, agora subservientemente voltado para a Europa, numa Terra do Nunca. Numa Terra do Nunca, Jamais, em Tempo Algum.
Este nunca, jamais, em tempo algum, é tão absurdo como aqueloutro sempre, eternamente, em qualquer tempo. Retrata uma postura arrogante, prepotente, arrastando implicitamente uma visão narcísica absolutista. Enfim, reflecte uma política em que o unilateralismo é a tónica dominante.
Realisticamente, ao dito soberano ministro caberia, sensatamente, antever que a sua passagem pela governação goza de uma irredutível efemeridade face à perene instituição que ele pretendia alvejar. O ministro passará mas a instituição continuará, quer ele queira quer não. O governante agravou a situação, o mal-estar reinante, ofendeu dignidades, radicalizou posturas. Ao fundamentalismo responde-se, naturalmente, com mais fundamentalismo.
Em momentos de convulsão, estranha o Monge que as pessoas não aprendam com a história que flui na contemporaneidade. Os fundamentalismos são fontes de tensão, causas próximas de conflitos de vária natureza. Coisas a evitar, para bem das gentes deste mundo conturbado. Estamos numa era de governandes cegos e surdos. É pena que não sejam mudos. Ah, bendita humildade!
Palavra do Monge.