quarta-feira, dezembro 21, 2005

Sonho Marinheiro
Queria ele partir, feito marinheiro,
Da banda de cá, de uma qualquer margem,
Peito feito ao vento, afoito pioneiro,
Sem destino certo, ao sabor da aragem.
Realidade ou sonho, queria ele vogar,
Num gesto seguro, mão ferrada ao leme,
De lábios cerrados, com sabor a mar,
Dono e senhor, que ele ama e teme.
Derradeiro adeus à última gaivota,
Ilhota perdida na imensidão,
Sem olhar para trás, vai traçando a rota,
Com crua certeza fincada na mão.
Naquela deriva vai esquecendo histórias,
Sombras de passado que escreveram Vida,
Conscientemente, apaga memórias
De uma outra rota, por ele percorrida.
O Monge

Sem comentários: