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Uma sociedade que não consegue proceder ao desarmamento no limite das suas fronteiras não tem legitimidade para o impor fora delas.
Uma sociedade em que as pessoas recorrem sistematicamente ao uso de armas é uma sociedade com quadro patológico grave.
Uma sociedade em que as pessoas sentem o imperativo de usar armas é uma sociedade insegura, corroída pelo medo.
Um sociedade em que emergem com frequência crescente casos de morticínio aparentemente sem sentido é uma sociedade que precisa urgentemente de ajuda.
No entanto, quando analisadas em pormenor, encontrar-se-ão os motivos que estarão na origem destas dramáticas ocorrências. As razões profundas detêm natureza diversa. É a exclusão étnica, social, económica, política. É uma opção consciente pelo individualismo desenfreado. É a sobrevalorização do económico em detrimento do social. É a desumanização do indivíduo. É o confronto do indivíduo com exigências extremas: o novo esclavagismo, a precariedade, a mobilidade, o futuro incerto em permanência, a incapacidade de projectar a vida a prazo.
Um sociedade com este perfil nunca nos deve servir de modelo. Será prova de imbecilidade trilhar caminhos que o presente nos diz que estão errados. Devemos praticar a auto censura e a reserva crítica. Pois estamos a ser bombardeados incessante e despudoradamente com produtos culturais provenientes dessa sociedade insana.
Sejamos lúcidos, sensatos. Trilhemos o nosso próprio caminho, após erradicar o erro que tivemos o cuidado de diagnosticar em modelos errados de desenvolvimento.
A nossa autonomia é o nosso seguro de vida. Um nível adequado de auto-estima um bom ponto de referência. A aposta nos nossos valores e cultura uma prova de bom senso.
E corramos em auxílio da sociedade em causa. O nosso afastamento metodológico permite determinar a sintomatologia e as respectivas causas. Para que o diagnóstica seja objectivo e determinante.
Palavra do Monge
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